sábado, 24 de abril de 2010

Monólogo com Tempo



_Sabe, sinto falta da infância.
 Fico relembrando as brincadeiras no quintal da vovó.
O coisa boa quando se é criança, quando se vê tudo lindo, colorido.
Até as palmadas se fazem presentes na saudade.
Aquele pé de limão, onde ficávamos brincando de bombeiro.
Lembro-me do episodio, em que o vovô foi atrás danar com a gente, porque os milhos estavam crescendo, e nós pisávamos sem maldade nenhuma.
Descemos num carrerão, e escondemos atrás do pé de café...
 Ele ficou lá em baixo.
Gritava como um doido olhando pra cima...!
 Eu lembro que ele dizia: Desce daí suas pragas, desce daí!
_ É, quando se é criança o ar é melhor, a alegria é maior e pela intensidade os olhos se enchem de ilusão.
_Embalada por ''Aquarela'' eu tentava em minha sabia inocência desenhar o mais lindo dos castelos com cinco ou seis retas... Nunca consegui, nunca estava grandioso o bastante.
_ Lispector disse:
''Saudade é como um pouco de fome:
só passa quando se come a presença".
_Para minha tristeza, definharei na companhia da fome até o fim.
 Pois o tempo não para, e ainda não descobri como voltar pra lá.



Acordada



Ela acordou...
O celular tocou, ela viu quem era e não atendeu.
Ligaram no telefone da residência.
Ela não gosta de telefonemas pela manhã, ou pelo menos nas primeiras horas que acorda.
Era sábado, era seu dia de descanso.
Tentou enganar aquele telefone, mas não conseguiu.
Por fim, terminou um post para seu blog, e foi tomar banho para sair.
Estava radiante...
 de raiva.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

As loucas..




Luzes, fumaça, musica,
Tropeços, loucuras, gritos,
Elas brincaram noite adentro,
Sucos de uva e tarjas forever...
Aquele complemento !!
E a folia se foi.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Inconstante Crise





Que a inconstância se crie,
Levada pelo acaso
Dominada pela crise.
Na fonte dos pensamentos desconexos,
Colore-se a alegria pálida
De demasia muda.
Num fulgido deslize
    Pulsão caindo em turbilhão
Não fazem sentido,
Talvez nem precisem.
Caminham para a exposição
Dum olhar Turbilhonando,
Vão voando soletrar no seu ouvido
No fim de tarde esquecido.

( Laurice Mariano e Leticia Afonso)

Parceria na Abstração



A abstração que me move
Colore o cinza profundo
Tal qual o mundo sem visão.
Voa além daqueles limites
Todos os dias ela morre.
Pobre fênix madalena.
Uma  nota dissonante
Imortalmente soando.
Não distingue portões de elefantes
Não é porta retrato na estante
É alegria empilhada e amordaçada.
É visão do mundo sem cores,
É carnaval sem folia.
   É espera incansável no inexistente.

(Laurice Mariano e Leticia Afonso.)

domingo, 18 de abril de 2010

Pensando bem, no que acho que sou...



Bem dito por Rita Lee:
‘’ Eu sinto prazer


De ser quem eu sou


De estar onde estou’’...

(Agora só falta você)



Eu sinto prazer de ser quem eu sou sim!!!
Não nascemos para atender as expectativas alheias, eu não sou diferente. Eu fugi deste convencional de seguir as tradições familiares, não que eu seja do contra, só não gosto do convencional, eu não estou noiva aos 18, para a tristeza das velhas tias; nem penso nisso, não quero isso pra mim, tenho meus ‘’sonhos’’. Não sou fã do preconceito, detesto o machismo, não bajulo família, não gosto de visitar parentes.
Família são pai, mãe irmão e filhos se você tiver.
‘’Talvez eu case, talvez não, talvez tenha filhos, talvez não!’’
Então não mantenham suas expectativas sustentadas por minhas escolhas.
 Meus gestos e falas são meus, eu não faço tipos não, isso é meu...
Não é porque faço teatro que sou dramática, ou estou usando isso pelo meu ego. O teatro pode ter contribuído, mas a Laurice é quem executa repetitivamente isso.
Gosto de salto, gosto de maquiagem, perfume e roupa, mas isso não me torna mais fútil, isso é o complemento da beleza.
Não me julgue pela imagem a Laurice está acima disso.
Não tenho nada contra o sertanejo, o pagode ou o rap só não sou fã tenho outras preferências, e como todos os outros, acho sim que o meu gosto musical é melhor que os outros.
Eu sempre falo o que acho, e nem sempre estou sendo irônica muito menos sínica.
Não sou má sou sincera, não fui irônica à toa aquela atitude mereceu e não sou cínica estou usando meu lado 2 para não parecer mal educada.
Teatro, canto, psicologia, não foi pra chocar ou ‘’ir do contra’’, eu realmente gosto.
Não importo com os comentários, eles apareceram até quando não são úteis.
Não faço da minha vida um carnaval, minhas atitudes têm um por que!
Mas tenho o direito de fazer do carnaval um dia da minha vida.

 Agora só falta você, literalmente!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Milagres acontecem...


Bom, depois de muito tempo sem maiores acontecimentos nesta vidinha pacata de cidadezinha interiorana...
Aconteceu algo comigo anormal, se não surreal...
Passo todos os dias rigorosamente pela mesma rua, para ir trabalhar.
E inevitavelmente as nossas normas sociais nos obrigam a sermos educados, dando pelo menos um cordial bom dia a pessoas que você sempre vê, não é!?
Pois bem; eu às vezes dou um cordial bom dia a uma mulher que quase sempre esta na porta de sua casa.
Então no dia 05/04/2010, esta mulher que não sei o nome (eu não sei mesmo, pois nunca perguntei, nem ela perguntou o meu), mi para na rua, e começa um dialogo:

_ Você volta para o almoço?
Eu digo sem entender:
_ Sim, volto.
Ela responde em seguida:
_Você recarrega meu celular?
_Sim, recarrego sim.
Eu fiquei esperando ela voltar, pensando que traria o celular e o cartão. LEDO INGANO MEU..rsrsrrs
Ela volta com o celular sim... MASSSS....
Coloca em minha mão o celular e uma nota de R$ 20,00!
Fiquei perplexa, não sabia o que dizer então ela disse:
_Dai, você vai compra o cartão pra mim, e coloca no celular, quando voltar pro almoço você mi entrega o celular ta?
Eu dei uma pensada, e disse:
_ Faz assim, eu levo só o dinheiro, compro o cartão e na volta já coloco pra senhora, enquanto isso você coloca o celular pra carregar. Pode ser?
_ Pode, pode sim... obrigada viu minha filha...té mais.
E eu segui meu caminho como de costume...

A PARA OS QUE AINDA SE PERGUNTAM SOBRE O FIM DISTO, EU RESPONDO:

Voltei com a Letícia e a gilza de carona para casa como todos os dias, só que desta vez parei no meio do caminho, e devolvi o troco do dinheiro e o cartão para a desconhecida senhora confiante.
Até tentei colocar o cartão no celular para ela, mas o celular não ligava de maneira alguma, então a deixei com o celular e fui embora almoçar.

Resolvi postar isso, para mostrar que ainda existem pessoas confiantes, que acreditam na honestidade das pessoas, e também para mostrar que não mau caráter como as minhas queridas amigas gostam de dizer... hahahahaha...
Brincadeira, na verdade, penso que esta senhora serve de exemplo tanto para um lado positivo quanto para um negativo.
Acho que não podemos nos descuidar tanto nos dias de hoje, onde não conhecemos nem nos mesmo, mas também acho que às vezes o mundo seria bem mais fácil se todos
Estivessem com o botão da honestidade e da sensibilidade sempre ligados.